Projecto europeu para prever crises epilépticas




 

Foi lançado em Coimbra, durante as quartas EPI-Jornadas da Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia (EPI), o Epilepsiae, projecto inovador financiado pela  União Europeia que irá possibilitar a previsão de crises epilépticas.
O projecto está a ser desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em cooperação com o Centre National de la Recherche Scientifique (França), da Albert Ludwigs Universität Freiburg (Alemanha), da Micromed, SPA (Itália) e da Universitätsklinikum Freiburg (Alemanha), e ambiciona contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos doentes epilépticos sem esperança de cura seja por medicamentos seja por cirurgia.
O Epilepsiae pretende desenvolver um dispositivo transportável pelo doente, que faz um electroencefalograma permanente e o transmite a um computador por tecnologia sem fios. No computador correm algoritmos de processamento da informação procurando prever uma crise epiléptica que se aproxima, enviando ao doente um sinal de alarme que lhe permitirá tomar as atitudes mais convenientes para salvaguarda da sua segurança e privacidade. Pretende ainda desenvolver e preencher uma base de dados europeia de epilepsia com cerca de 300 doentes no final do projecto. Esta base de dados servirá para estudos de epilepsia em geral e de previsão de crises em particular.
Actualmente, estima-se que em Portugal surjam anualmente cerca de quatro mil novos casos, na sua maioria crianças e adolescentes. No total, estão diagnosticados cerca de 50 mil pessoas com epilepsia, uma doença que tem ponto de partida numa perturbação do funcionamento do cérebro, devido a uma descarga anormal de algumas ou da quase da totalidade das células cerebrais.
De acordo com Ana Paula Pereira, da EPI, “este projecto comportará enormes benefícios, constituindo um grande contributo não só em termos da sua aplicabilidade científica, como também em termos práticos na vida das pessoas com epilepsia, uma vez que um dos maiores medos que frequentemente são reportados em termos dos atendimentos realizados na EPI é o factor da imprevisibilidade das crises”.
Publicado na revista Superinteresante (2012)

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